quarta-feira, 9 de abril de 2008

Sobre tradução e adaptação em títulos de mangás

O mercado de quadrinhos e desenhos japoneses nunca esteve tão bem abastecido no Brasil. De 2000 para cá, chegaram títulos como Monster, Love Junkies, Slam Dunk, Zettai Kareshi, Tarot Cafe, Yuyu Hakusho... Perceberam que nenhum desses títulos, a despeito de seus lançamentos no país, não receberam um título em português, e muitos sequer um subtítulo? O mesmo acontece às vezes em relação à tradução de termos específicos da obra, como nome de golpes de personagens.

A pergunta é: por quê? Nos Estados Unidos, a maior editora de mangás do país, a Tokyopop, costuma traduzir títulos em japonês para o inglês (vide Legend of Chun Hyang, Shin Shun Kaden no original; e Sgt. Frog, no original Keroro Gunso). E, no próprio Brasil, outros tipos de quadrinhos recebem nomes em português.

Esse desprezo pela língua portuguesa nos mangás é reprovável. É muito mais fácil se referir a algo na sua língua do que em outra estrangeira (claro, se bem traduzido e adaptado). As editoras também saem perdendo, pois deixam de atingir um público consumidor em potencial que poderia se deixar seduzir por um título atraente. Afinal, o que levaria um desconhecido a se aventurar em mangás com um título estranho como Zettai Kareshi? Podem até achar que o seu conteúdo está em japonês, ou que se trata de algo totalmente diferente! Seria perdoável se fosse uma exigência do Marketing pensando em diversas bugigangas nacionais e importadas que poderia gerar, sendo necessária uma uniformização mundial no nome. É semelhante com o que aconteceu à nova trilogia de Guerra nas Estrelas, que não teve seu nome Star Wars traduzido por uma exigência de George Lucas (o que refletiu também na versão mangá publicada pela editora JBC).

Antes que me perguntem, não abomino o inglês ou japonês. Só defendo que seja evitado o máximo possível. Coincidência ou não, dois dos mangás que mais vendem no Brasil possuem um título em português: Lobo Solitário, Cavaleiros do Zodíaco e Buda. Tem Naruto também, que apesar de estranho, é um nome próprio e fácil de pronunciar e entender (bom, tem ainda o fenomeno de vendas Dragon Ball, com seus termos em inglês, mas tudo bem, mesmo porque acho que o caso dele é mesmo de Star Wars). A Panini, pelo menos, vem adotando subtítulos em português para títulos "estranhos", como no caso de Karekano - as razões dele, os motivos dela e de Kil-Dong - Crônicas de um Guerreiro. Torcemos para que, cada vez mais, tenhamos nomes em português, como acontece com os filmes e livros.

1 comentários:

Sr. Cassiano disse...

Concordo plenamente, não usar o nome em português só pq uma horda de otakus decidiu não mudar o título do mangá qndo foram Fansubbar é ridículo
Slam Dunk é mais um termo do que um nome

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